É com prazer que forneço aqui alguns dados sobre minha identidade civil e religiosa. Nasci, em 25 de fevereiro de 1938, no Município de Cedro-Ceará. Sou professor aposentado da Universidade Federal do Ceará e da Universidade Estadual do Ceará, formado em Letras, portador dos títulos de Mestre no Ensino de Inglês como Língua Estrangeira e de Ph.D em Linguística, pela Universidade de Illinois (USA).

Até o início de 1995, fui católico convicto, tendo recebido uma sólida formação católica, como seminarista e membro da Congregação Salesiana (por 12 anos). Em abril de 1995, porém, já com a idade de 57 anos, uma força misteriosa me fez comprar as obras de Allan Kardec, após a leitura das quais sofri uma verdadeira “revolução copernicana” em meu modo de entender o cristianismo.

Como parte dessa reviravolta em minha fé, convenci-me de que é preciso distinguir duas modalidades de cristianismo:

1) O cristianismo de Jesus (ou de Cristo), um código de moral universal, resumido na lei do amor, pluralista, unificador, no dizer de Kardec, “o terreno onde todos os cultos podem se reencontrar, a bandeira sob a qual todos podem se abrigar, quaisquer que sejam suas crenças, porque jamais foi objeto de disputas religiosas, sempre e por toda parte levantadas pelas questões de dogma” (KARDEC, "O Evangelho Segundo o Espiritismo", Introdução, 1º parágrafo), e

2) O cristianismo dos cristãos, caracterizado, sobretudo, por um conjunto de dogmas (ou mitos) exclusivistas e divisionistas, fragmentado em centenas de igrejas e seitas, objeto de inúmeras controvérsias e de numerosos conflitos ao longo de sua história.

Diante desses dois cristianismos, decidi tentar seguir, a partir de então, somente o “cristianismo de Jesus”, procurando ser “cristão” apenas no sentido definido por ele mesmo, como aquele que ama o próximo: “Nisso conhecerão todos que sois meus discípulos [isto é, que sois “cristãos”], se tiverdes amor uns pelos outros” (Jo 13,35).

Como o espiritismo, em seu aspecto religioso, tenta seguir somente o “cristianismo de Cristo” (definindo-se como o “cristianismo redivivo”), confesso que me tornei “simpatizante” dessa doutrina e foi logicamente fundamentado nela, que escrevi a maior parte de meus livros ecumênicos. Desde 1995, venho estudando não somente o espiritismo, mas também várias outras religiões, sem ter me filiado, contudo, a qualquer uma delas em particular. Em suma, hoje, não estou mais preocupado em ser adepto de nenhuma instituição religiosa, mas somente em ser praticante da verdadeira religião – a vivência do amor (o “cristianismo de Jesus”).

 José Pinheiro de Souza

 

 Nota: O Professor Pinheiro fez sua passagem para o mundo espiritual no dia 21 de outubro de 2014, em decorrência da Esclerose Lateral Amiotrófica (ELA), mas sua obra segue viva em cada pessoa que acredita que 'NÃO IMPORTA O CAMINHO - O QUE IMPORTA É SE O TRIGO É DE BOA QUALIDADE', conforme exemplifica a história que ele tanto gostava de narrar em suas palestras e livros:

<<<NÃO IMPORTA O CAMINHO>>>

Um juiz passava por uma estrada e encontrou um preto velho
enrolando seu cigarro de palha e cumprimentando a todos que por ali passavam, dizendo:
– “Deus te abençoe, meu filho! Deus te acompanhe! Deus te
guie! Deus te proteja!”
O juiz, um tanto curioso, perguntou-lhe:
– “O Senhor sabe onde Deus está?”
E o preto velho respondeu-lhe:
– “O Senhor sabe onde Ele não está?”
O juiz, não satisfeito com a resposta, retrucou:
– “O Senhor deve ser muito religioso! Qual é a sua religião?”
E o preto velho respondeu-lhe:
– “Quando vou levar trigo à cidade, posso ir pela rodovia, pela montanha, ou pela estrada do rio, mas, quando chego lá, o patrão não quer saber por onde vim. Ele quer saber se o trigo é de boa qualidade!”


(Autor desconhecido)

 

 
 
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